sexta-feira, 30 de maio de 2014

Conversa com a parede








































Quando a gente convive com a loucura e a insensibilidade todos os dias a gente luta pra não se acostumar e ficar assim também. Não se tornar aquele monstro que tanto nos aterrorizou. 
Cheguei a conclusão de que quem convive num espaço tão conturbado não tem como não se ferir, não tem como ficar alheio e a tudo e escapar das consequências. Ignorar nunca faz desaparecer.
A pior parte de tudo é ver, bem na sua frente, a situação não mudar. E você ali, com toda a sua insignificância apenas sendo um objeto da cena, sem importância. Dói, bem lá no fundo. Num lugar que já tem tanta cicatriz que agora a testa anda dando lugares pra elas. Ali, expostas, todos podem vê-las. Alguns especulam que é sua culpa, outros sentem pena.
Quando o sol bate todos podem ver com clareza meus olhos cansados e fundos combinando com as incertezas da minha cabeça. Olhos escuros, da cor da noite. Aquele olhar tipico de quem já teve suas esperanças esfregadas na lama tantas vezes. 
Aquela esperança que luta pra ficar viva, mas que sabe, coitada, que está sozinha nesse jogo. Ela já foi deixada de lado faz tempo por todos que já se acostumaram com o modo automático, só os tolos ainda guardam as suas. Os tolos sempre tolos. 
Os tolos nunca desistem, por maiores que as cicatrizes fiquem. Pois sabem que no final de tudo, ganha 
quem persiste, 
quem
quem sente.
Os tolos.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Manias


E essa mania de achar que estamos sempre certos? Essa mania de andar sem olhar pros lados ainda ia me levar a um grande tombo. Engraçado como e avida nos exige tanto de uma hora pra outra. Parece que foi ontem mesmo que eu me preocupava com que roupa ir na escola e agora tenho prazos de textos para cumprir e trabalhos enormes para desenvolver. A responsabilidade chega e as desculpas adolescentes saem pelos fundos; os dois não ocupam o mesmo espaço. Pena que ninguém me avisou que seria assim.
Na verdade, as maiores transformações que eu passei não tiveram avisos prévios, apenas chegaram tomando seus lugares e bagunçando tudo. Quando eu já estava me acostumando com uma e pondo tudo no lugar: PÁ, uma rasteira, a vida chegando pra quem mal tinha saído da fase okay-eu-não-me-importo-com-o-que-você-acha-de-mim. Entre tombos e surpresas, sonhos são desfeitos e a realidade é colocada na sua frente. Ela é diferente do que você pensava, não dá pra ignorar um negócio desse tamanho, você não supera isso apenas com um pulinho. 
Aquela frase de Amélie Poulain nunca fez tanto sentido. Sim, são tempos difíceis para sonhadores. Mas isso não significa que temos de desistir só porque alguém disse que não ia dar certo ou porque vimos o tamanho do problema; só que agora nós sabemos que o nosso happy ending não está logo alí, virando a esquina e não existem atalhos. Bom, existem, mas não são para todos.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Sonhos e certezas



















Troquei de cor favorita e mudei o caminho que eu fazia todos os dias. Deletei as músicas que eu gostava e procurei outras.
Andei trocando umas certezas por sonhos e me sinto bem assim. Não exigirei tanto de mim mais, farei o meu melhor, mas agora ficarei satisfeita. Me convenci que não existe formula para realizar os sonhos e que a vida adulta chega pra todo mundo.
Nunca estou 100% vazia, meus textos estão aqui, registrados. Talvez camuflados em frases confusas que ninguém entende, só eu, mas mesmo assim. Será bom saber, lá no futuro, como eu pensava nessa época mais confusa.
Sobre ser adulta: ainda estou insegura. É como andar de saltos, me sinto estranha, dói, mas parece certo, se encaixa melhor em certas situações. Não dá pra ser sempre a garota de all star.
Experimentar novas coisas me deixam com medo, mas empolgada. E eu adoro isso. Ouvi dizer que todo começo de nova fase é assim.



Fase de Pensar





















Vivo numa dessas quase toda semana. A pior parte de tudo é não saber se estou indo pelos trilhos certos ou se nem era pra seguir viagem; talvez só fosse pra parar e observar a paisagem. 
Tenho particularidades com o overthinking e não entender muito sobre assuntos profundos para os outros. Olhando de fora parece tão simples, assim como os outros olhando de fora os meus problemas, para eles, parecem simples. "Você não entende". Talvez eu entenda melhor do que ninguém, pois eu os vivo.
Então, depois de tanto observar e ver que ninguém - muitas vezes - entende ninguém, parei de julgar. Bom, não exatamente julgar, mas....é que a vida é tão mais do que isso. Se alguém te entende: ótimo. se a pessoa não te entende: ela não é obrigada. Não a force demais, isso não é justo. E cá pra nós, todo mundo tem uma história diferente e chegaram aqui por caminhos diferentes, acredito que achar alguém que interprete seus problemas da mesma forma que você aproxima-se de uma descoberta. Não que eu ache que isso nunca aconteça, longe de mim duvidar da vida, é só que nós exigimos demais de tudo e de todos, menos de nós mesmos. Ninguém é obrigado a nada e não estão errados se não te entenderem. "Eles deveriam me tratar melhor" "Hoje deveria estar chovendo" "Esse professor só pode estar de brincadeira" "Ela realmente disse isso ou" "Ela não deveria agir assim". 
Cut 
the 
crap
Ninguém é perfeito. Obvio que isso não significa que esteja permitido ser um inconsequente sem escrúpulos, mas você entendeu. Cada um vive sua histórias e sabe quais caminhos passou e por onde não quer voltar, então pare de tentar fazer todo o mundo entrar na sua caixinha. Andei pensando e realmente temos uma mania de carregar os problemas por aí como se eles fossem essenciais. Pois não são; estou deixando tudo na estrada e seguindo em frente. Tchau

Palavras

Minhas palavras fugiram. Antes elas praticamente choviam na minha frente, mas agora eu que tenho que ficar caçando goteiras por aí.