terça-feira, 15 de abril de 2014

Aquelas palavrinhas



















Eu sempre gostei de tentar me entender, justificar minhas atitudes e meus momentos de silêncio que nem se me perguntarem quanto é um mais um eu responderei. Percebi que coisas obvias muitas vezes me irritam, e nem adianta me perguntar pois não sei porquê. 
A vida trata de dar tantas voltas, e eu, trouxa, achei que comigo não aconteceria. Achei que estava num caminho sem retorno e que de agora em diante eram só caminhos novos e planos. Pois é, dei de cara no chão, como sempre. Tudo isso parece sem sentido e, acredite, está muito mais confuso pra mim. 
Sempre achei estranho me definirem, principalmente pessoas que eu não conheço muito bem. Teve uma época que meu eu exigia definições externas de mim mesma para que eu pudesse me situar, mas agora eu acabei me perdendo e soltei meu eu dentro dessa caixinha de palavras intitulada "Débora" e agora está tudo misturado. Tudo grudou em mim. 
O modo como me vêm é quem eu sou? Quem eu passo ser é como eu quero ser lembrada? Quando mais de uma pessoa pensa algo a meu respeito que eu não concordo muito, fico preocupada. O meu passatempo agora anda sendo tirar de mim as palavras que não me agradam e deixando apenas aquelas que me "representam". Dizem que definir é se limitar, pois bem. No momento só estou definindo meus defeitos e dificuldades; minhas poucas qualidades eu deixo num canto e me preocupo com elas depois. Não preciso ser quem querem que eu seja.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Direção



























Estou tomando as rédeas da minha vida, estou no controle de tudo agora. Ou quase. A sensação é libertadora, mas ao mesmo tempo sinto um frio na barriga, um tal de nervosismo que eu sempre tive mas nesses dias anda num grau elevado. 
Partindo de hoje não estou mais apoiada apenas nas minhas pequenas certezas, achando que a vida me deve algo. Ando por ruas desconhecidas e pego ônibus sem destino. Conduzo, agora, o percurso pro futuro e eu decido por onde ir. Tudo que me atrapalha ou só faz barulho estou colocando pra fora, deixando na beira da estrada pra tomar seu próprio caminho. É assustador, mas gosto desse sentimento de ter que construir meu caminho e segui-lo sozinha. 
Nunca achei que era assim, estar rodeada de pessoas mas cada um num mundo diferente; todos apenas com um fator mutuo: a sede de desbravar caminhos e vontades diferentes. Se desafiar e superar as barrerias, não só encará-las e dizer que parece impossível, mas ir lá e provar a bruma de novas experiencias. Nada mais eficaz do que aprender caindo bem de cara no chão.
Estar no controle de tudo é purificador e tem seus riscos, mas a melhor parte dessa loucura toda é que você decide quando parar.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Colecionar palavras




















Saudades de escrever, pegar meus feijões, fazer um aglomerado de emoções e por na mesa pra todo mundo ver. Eu sinto escrevendo; pondo em palavras tudo parece mais concreto. Um pedacinho do meu coração vai em cada palavra. 
Tudo é bem calculado, faço isso e aquilo, durmo agora e acordo daqui uma hora. Sinto que estou ficando quadrada. Tudo está automático, tenho essa necessidade de pegar um par de asas e fugir pra qualquer lugar. Talvez nunca mais voltar. 
Mas tem algo que me prende, talvez seja a realidade. Ando querendo vida de adulto mas nem saí das fraldas direito. Independência é um longo e batalhado caminho que não se adquire da noite pro dia. De sonho em sonho vou me aproximando da minha realidade, cada dia dou um passo mais próximo do futuro. Parece um longo caminho, olho pra traz e vejo que já caminhei bastante, superei barreiras e enfrentei medos, mas o caminho á frente parece cumprido. Cada dia um passinho, parece pouco, mas me mantém em movimento. 
Andava sufocada com palavras que precisavam ser postas pra fora, então eu joguei algumas repetidas e guardei as outras. Agora me sinto leve pra continuar; posso voltar a colecionar palavras.